31 de agosto de 2009

Em breve: raridades de Ednilson Sacramento

Olá leitores desse blog. O coveiro Marcão Botelho e a blogueira que vos escreve estão fora de Salvador. Por isso o blog está meio parado.

Mas a proposta de desenterrar o rock baiano dos anos 80 não morreu.

David Coverdelle Roth está com um material dos anos 80 (fotos e cartazes de shows) cedido por Ednilson Sacramento. Em breve estarão aqui nesse cemitério virtual mais imagens e histórias da década perdida.

24 de agosto de 2009

“Pichar muros era o meio de divulgação mais eficaz”

O Coveiro do Cover David Coverdelle Roth revela, no ping-pong abaixo, um pouco mais da história da banda punk Espírito de Porco.


+ A escolha do nome Espírito de Porco foi anterior à canção Cabeça Dinossauro dos Titãs? Por que vocês escolheram esse nome?

O Espírito de Porco foi formado em 1982 e o Cabeça Dinossauro é de 1986. Escolhemos esse nome porque era melhor que as outras duas opções que tínhamos: A Geléia e Febre de Zunhada de Gato.

+ Onde aconteciam os ensaios?

Ensaiávamos na Rua 8 de Dezembro, na casa de José e Estácio de Sá, respectivamente guitarrista e baterista da banda. Eles eram os mais abonados do grupo.

+ E em que locais vocês fizeram shows?

Nossa primeira apresentação foi no Circo Troca de Segredos que ficava em Ondina. Foi durante o Festival de Rock da Bandeirantes. Depois disso tocamos no MUISBA (Festival de Música do ISBA), no Circo Relâmpago na segunda fase do festival da Band, no Art Kasarão com a banda Velórium, abrimos para o Camisa de Vênus no Relâmpago e no Farol da Barra e tocamos no Festival de Arembepe. Acho que tocamos em outros lugares, mas não estou lembrando onde. Se tiver algum Ex-pírito de Porco acompanhando o blog, por favor me ajude.

+ Como era feita a divulgação da banda? Vocês pichavam os muros da cidade?

Pichar muros era o meio de divulgação mais eficaz na época. Todos os muros lisinhos que encontrávamos pela frente eram alvos. Fizemos duas pichações memoráveis. Uma foi no muro da igreja do ISBA que tinha acabado de ser construída. A outra foi no monumento a Clériston Andrade na Av. Garibaldi.

+ A banda e/ou o público teve problemas com a violência dos punks nos shows?

Nós achávamos a violência pouca.... Agora, a pouca que tinha era violenta pra caralho!!! Na nossa estréia no Troca de Segredos, um cara deu uma correntada no palco e a corrente se enroscou no pedestal do microfone de Papa (vocalista). Ele, na maior boa vontade, foi desenroscar a corrente e o cara, achando que ele ia ficar com ela, puxou de vez e lascou a mão de Papa. Apesar de ter sangrado bastante, vimos que não tinha sido nada demais. Papa mostrou a mão ensangüentada para o público, que adorou aquilo tudo. Acho que aquilo acabou colocando a gente e o público em sintonia e a estréia foi muito boa!

+ Por que a banda acabou?

A banda foi se dissolvendo aos poucos. Primeiro saiu Clodoaldo, depois eu saí porque ficou esquisito com um só backing vocal. Um dos guitarristas também saiu, não lembro se foi Zé de Sá ou Xixarro, acho que foi Zé de Sá. No lugar dele entrou Butano, mas não deu certo. Então foi recrutado Paulinho que tinha sido guitarrista do Gonorréia, que havia acabado. Depois do show no Festival de Arembepe, Papa também resolveu cair fora. Os outros integrantes ainda tentaram continuar tocando, mas acho que não funcionou direito e a banda acabou de vez logo em seguida.

+++ A foto de David Roth (acima) foi feita por Cláudio Guedes, no início dos anos 90.

21 de agosto de 2009

Via Sacra tinha um público amplo: de punks a protogóticos

Ping-pong com o ex-baixista do Via Sacra Marcos Rodrigues (atual Theatro de Seraphin).
Ao tempo em que fala sobre sua antiga banda, ele descreve a cena rocker de Salvador nos anos 80.

Foto: Lia Seixas
+ Como surgiu a banda?


A idéia de uma banda surgiu entre vizinhos de um condomínio no bairro de Brotas, por volta de 1984. Na época a idéia era ter uma banda como o Camisa de Vênus. Tínhamos por volta dos 16 anos e, com mais informação, mudamos o rumo do som para um misto de hardcore californiano com as harmonias dissonantes de bandas do postpunk inglês como Fall e Bauhaus.

+ Como vocês chegaram a esse nome?

Como todas as bandas, tínhamos uma lista de nomes. Mas a possibilidade de cutucar a Igreja Católica e de nos aproximarmos da estética gótica acho que foram decisivas.

+ Onde ensaiavam?

Num porão, abaixo das garagens do edifício em que morávamos. Underground é isso :)

+ Como era a oferta de espaços para shows nos anos 80?

Apesar da precariedade técnica, estava melhor que hoje. Tinha o Graffite, Paris Latino, Manga Rosa, Água de Mar, Revolution Bar; os circuitos de teatros como o Solar Boa Vista, Teatro das Oliveiras (Severino Vieira) e até o Vila Velha; os festivais de colégios e, no nosso caso, todos os inferninhos punks pelo Subúrbio Ferroviário, além de algumas cidades do interior, como Alagoinhas, Cruz das Almas e Itabuna.

+ A violência de alguns punks nos shows da Dever de Classe foi uma das causas do fim daquela banda. Vocês também enfrentavam esse tipo de situação?

Em menor escala. A Dever de Classe era a principal banda punk da cidade por volta de 86, 87, da galera mais militante. A Via Sacra tinha um público mais amplo que incluía punks, postpunks, protogóticos e outros menos rotulados.
Mas tivemos alguns problemas quando alguns carecas começaram a frequentar nossos shows. Os mais graves foram quando os carecas cortaram as costas do artista plástico Rico Oliveira com chicotadas de cabo de aço, num final de show nos barracões da Escola de Belas Artes. E num show num boteco do Rio Vermelho (esqueci o nome), quando tivemos que parar porque os caras entraram com uma faca. Mas eles curtiam o som da Via Sacra e fomos poupados :)
Muitos eram ex-punks que acompanhavam a banda há algum tempo. Infelizmente alguns confundiam tudo e partiam pra irracionalidade.

+ Qual foi o motivo da dissolução da banda, em 1991?

Contas a pagar :)
Ter que arranjar trampo sério.
A faculdade de todo mundo tava no fim e seriamos ex-estudantes e futuros desempregados :)
Também a cena começava a mudar. A gente não tava a fim de ficar tocando para a crescente horda de skatistas alienados que ouviam Dead Kennedys e achavam que isso era tudo. Muito babaca enchendo os shows. Foi a virada pros 90, início da MTV no Brasil e a entrada daqueles sons puladinhos de Red Hot Chilli Peppers e Cia ltda. Hora de dar um tempo.

17 de agosto de 2009

Mais fotos saídas dos túmulos dos anos 80

Sob o sol escaldante de Salvador, uma imagem da banda Soul 26, que reunia o 14o. Andar e Ramal 12: Cláudio Lacerda, Jerry Marlon, Macedo Marques, Johny Maia Flores, Marcão Botelho, Helio Rocha e Killer Band.

Foto: Hamilton Penna


O Ramal 12, na formação de 1989: Marcelo Kowalski e Claudio Lacerda (de pé); Marcão Botelho e Macedo Marques.

14 de agosto de 2009

A Arapuka está armada para o dia 21: a memória de Raul nunca morrerá!

Há 20 anos, o rock perdia um dos seus mais criativos e irreverentes representantes: Raul Seixas.

Foi no dia 21 de agosto de 1989 que Raulzito pegou o metrô linha 743, com destino à imortalidade.

Mas não pensem que os comedores de cérebro a vinagrete conseguiram apagar o legado do mentor da sociedade alternativa.

Os coveiros Marcos Clement (...ou o clone dele) e Jerry Marlon, que também integram a banda Arapuka, de covers de Raul, sobem ao palco do Largo Quincas Berro D'Água, no Pelourinho, na próxima sexta (21 de agosto), às 20 horas, para fazer o show Raul Seixas - 20 anos na Memória.

A entrada é gratuita e, no palco, além dos integrantes da Arapuka, convidados da cena rocker vão tocar as inesquecíveis composições de Raulzito.

Enquanto a noite do show não chega, publicamos aqui duas fotos inéditas de Raul, entregues pelo próprio fotografado ao coveiro Marcão Botelho, no final dos anos 80.

Viva Raul Seixas!

PS-1: Como informou o coveiro Marcos Clement (leia o comentário abaixo), a homenagem a Raul na sexta-feira (dia 21) começará com a saída de um trio elétrico comandado pela banda Arapuka, às 16 horas, no Campo Grande, em direção à Praça Municipal. Em seguida, a galera sobe para o show no Largo Quincas Berro D'Água, às 20 horas.

PS-2: Depois do show no Pelourinho, todos seguem para o Boomerangue, no Rio Vermelho, onde acontece o tributo ao álbum Panela do Diabo.

12 de agosto de 2009

Novas escavações da Sexto Sentido


Outras fotos da banda pós-punk Sexto Sentido foram desenterradas e vieram parar aqui no nosso blog.

Esta é de um show de 1985. Nos vocais Johny Póvoas, no baixo Carla Karr e na guitarra Marcelo.

O baterista Humberto César (Tedão), em show de 1989.

11 de agosto de 2009

Mais três canções do Ramal 12

O MySpace do Ramal 12 foi atualizado com mais três canções registradas ao vivo: Bem, Ensaio Cotidiano e Gabinete do Dr. Caligari. As versões são do mesmo show de 1989 no Zouk Santana.

Ensaio Cotidiano foi composta durante o período em que a banda se mudou para São Paulo, de 1987 a início de 1989. Gabinete do Dr. Caligari chegou a ser gravada em estúdio, para a coletânea Rock 96, um bolachão de vinil.

A foto acima é anterior à ida da banda à paulicéia. À frente estão Luis Magoda (batera) e Marcão Botelho (baixo), acima Claudio Lacerda (guitarra) e Marcelo Kowalski (vocais). Esta foi a primeira formação da banda, iniciada em 1984.

>>> Ouça as canções: http://www.myspace.com/ramal12arquivos

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10 de agosto de 2009

Musicalmente transmissível, altamente contagiosa

Assim foi a Gonorréia, banda que fazia um crossover de punk e metal. Sem dúvida, a Gonó contaminou o segundo maior número de fãs rockers no início da década de 1980, ficando atrás apenas do Camisa de Vênus em popularidade.

Acima uma foto do show de 1983, no circo Relâmpago, instalado num terreno pertencente à Apae, na Pituba. Quem viveu não esqueceu das enérgicas performances de palco da Gonó.

Eduardo Scott, vocalista da Gonó, fundou o primeiro fã-clube do AC/DC de Salvador, antes de criar a banda. Essa foto é de um show da Gonó no Teatro Villa Velha, em 1982.

Scott e o baixista Miguel Bahiense, no show do Villa Velha, em 82. A banda costumava levar dois sacos de lixo fake (apenas papéis e outros objetos que não provocavam ferimentos nem odor) para jogar na platéia durante a execução do hit "Coma lixo pra morrer banguelo".

Nessa noite, o público preparou uma surpresa. Levou um saco de lixo real e colocou no palco. Quando o saco rasgou no meio da galera foi a maior podrera. A direção do TVV ficou irada.

Em primeiro plano, o guitarrista Paulo Gusmão, no show do circo Relâmpago, em 1983. A lona da Pituba abrigou um festival promovido pela Bandeirantes FM, no dia 7 de outubro. Concorriam 32 bandas.

A Gonó foi aclamada campeã pela platéia, mas a produção do evento já tinha as cartas marcadas e queria dar o prêmio (a gravação de um compacto em vinil) à banda Skarro, que fazia um som mais comercialmente palatável e tinha entre os integrantes músicos que também tocavam axé. O público protestou e quase o circo foi abaixo.

Em meio à agitação geral, a Gonó foi eleita vencedora no grito. A produção acatou o desejo do público, para acalmar os ânimos, mas o single nunca saiu...


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8 de agosto de 2009

Gonorréia I - A contaminação

Scott (vocais), Miltão (batera), Miguel (baixo comprado numa vaquinha feita pela banda) e Paulo (guitarra). Em junho de 1982, no bairro do Stiep, em Salvador, eles começaram a disseminação musical da Gonorréia.

A banda inicialmente era um quinteto. Tinha dois vocalistas: Scott e Joel Satânico, que deixou a música e virou tema de uma canção.

"O nome da banda veio de uma versão ao vivo da música She´s Got The Jack, do AC/DC, que Eduardo Scott pronunciava no refrão 'gonorreea' (jack era a gíria para gonorréia na Austrália)", escreveu o jornalista Eduardo Bastos.

As letras da Gonó tinham bastante humor, mobilizando imagens absurdas, crítica política e sátiras do cotidiano.

Gonorréia II – A epidemia é dizimada

A reprodução abaixo é da Tribuna da Bahia de 3 de janeiro de 1984, quando a falta de perspectivas de gravação de um álbum ou single (eram os tempos das majors, de crise econômica e do vinil...) junto com uma suposta pressão de setores conservadores da sociedade dizimou a Gonorréia.

A matéria revelava que, em Brasília, o governo ditatorial proibiu qualquer divulgação do nome da banda, em cartazes, rádios, emissoras de TV etc.


8205 GONORRÉIA: O RESGATE DA HISTÓRIA

Por Eduardo Bastos

Chocar a sociedade baiana careta era mesmo a meta de toda aquela turma punk. Em grande parte eles conseguiram, a começar pelos próprios nomes das bandas pichados em spray nos muros e paredes da cidade. A reação, em tempos de repressão militar e liberdade cerceada, é claro, não tardava. Sem saber, os caras um dia picharam Gonorréia no muro da casa de um juiz federal e os problemas aumentaram. Os grandes jornais de Salvador também temiam ou se recusavam a publicar os nomes das bandas na íntegra, num tempo em que a Aids e as DST ainda não os havia banalizado. Recorriam a versões resumidas e cheias de intimidade, como “o Camisa” e “o Gonó”.

Show no circo Relâmpago, em 1983. No ano seguinte o Gonorréia acabou.

[...]
Scott chegou a cantar logo em seguida nas bandas Delirium Tremens e Papa Anjos. Seis meses depois, em junho de 1984, o Gonorréia voltou a se reunir para uma apresentação no circo Relâmpago, mas com outro nome, a fim de evitar problemas. Mesmo assim, mantiveram o espírito provocador, adotando a alcunha de Produtos da Censura. A química, porém, assim como o nome, não era mais a mesma.


[...]
- Nessa parada que demos, o baterista ficou em casa aprendendo com Deep Purple e Led Zeppelin e se meteu a tocar como John Bonham, usando bumbo de heavy metal. Quando voltamos a tocar, a química e a magia da banda já haviam sido perdidas. Fizemos um show e decidimos não continuar – atesta Miguel.

Miguel (baixo) e Scott, no show do Relâmpago em 83.

+++ Os trechos acima são reproduções do livro 8205 GONORRÉIA: O RESGATE DA HISTÓRIA, de Eduardo Bastos, publicado em 2006.

>> Eduardo Scott dará uma canja no próximo show dos Coveiros do Cover. Aguardem!
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7 de agosto de 2009

Relíquias 1: Festival de Arembepe

Coveiro que sou e empolgado com o bost de Marcos "que não é Arapuka" Botelho (lá nele) Pinto, desenterrei este recorte das catacumbas do morto, enterrado e ressucitado, Jornal da Bahia.

6 de agosto de 2009

Dedicado a absolutamente ninguém

Uma raridade de 1981 enviada pelo Koyote Miguel Cordeiro: a capa e o editorial (ou anti-dedicatória) do fanzine Delirium Tremens número 1.

Leia abaixo um depoimento de Miguel.


DELIRIUM TREMENS - O FANZINE

Por Miguel Cordeiro

Karl Franz Hummel estava na Europa fazendo um curso logo após ter concluído a faculdade e o Camisa de Vênus estava dando um tempo em suas atividades esperando a volta do seu guitarrista.

A anarquia apocalíptica tinha de ter prosseguimento e o ano de 1981 precisava de algumas ações para ajudar a sacudir o marasmo que sempre (sempre!!) esteve presente em Salvador da Bahia.

Bem, de nossa parte a peteca não caía e desde 1978/79 eu espalhava os grafites do Faustino pela cidade e Marcelo Nova comandava o programa Rock Special na Rádio Aratu. E conseguíamos uma resposta surpreendente do público às nossas atividades.

Em meados de 1981, numa conversa entre mim e Marcelo surgiu a idéia da gente fazer um fanzine em xerox para dar vazão ao turbilhão de propostas que tínhamos em mente. O nome escolhido para o fanzine foi Delirium Tremens. E com a ajuda e participação igual de Rosana Almeida e Marla Nova, reunimos desenhos e textos e passamos a nos dedicar a esse projeto.

Estávamos conscientes do que queríamos e fazíamos questão de marcar um outro território na cultura local. Logo na página de apresentação colocamos uma espécie de anti-homenagem com os dizeres:


"Delirium Tremens não é inspirada em:..."

E, então listamos alguns personagens e temas que não desejávamos, em hipótese alguma, ter o nosso trabalho ligado.

Nesta lista, pela primeira vez, é citada a famigerada (para nós, graças a Deus!) cultura axé, representada ao nosso ver pelo "pessoal do axé"; além de outros medalhões da baianidade. De nossa parte, a tal cultura baiana - que começava a ganhar força com o apoio oficial - foi uma escolha intencional e proposital como alvo e algo totalmente antagônico e contrário à nossa proposta artística.

Com quinze dias reunimos todo material e o reproduzimos, de maneira clandestina, nas copiadoras xerox da Telebahia e da Rádio Aratu, locais onde eu e Marcelo, respectivamente, trabalhávamos. E numa tarde de sábado, já com as cópias prontas, montamos cerca de 700 (setecentos) exemplares do Delirium Tremens.

Depois conseguimos fazer o lançamento do fanzine numa festa na casa noturna Dose Dupla, e assim o Delirium Tremens começou a circular na cidade. Em pouco tempo todos os exemplares evaporaram. Ainda tive o cuidado de enviar um deles para uma revista do sul do país de fotografia e cultura em geral de nome Íris, e ela deu um bom e inesperado destaque à nossa publicação.

Também fizemos um segundo número, melhor ainda que o anterior, mas em quantidade bem menor. Uma outra alegria é que o nome do nosso fanzine serviu como inspiração para batizar outra grande banda de rock de Salvador, a Delirium Tremens, de Hélio Rocha, Jerry Marlon, Marcão Botelho e João Maia.

No entanto, numa dessas manobras do destino, não guardei, nem como lembrança, um exemplar sequer do nosso comentado e lendário fanzine.

Este primeiro número me foi presenteado meses atrás por Tony Lopes, baterista da banda que faço parte, Koyotes. E se alguém ainda tiver uma cópia do número 2 do Delirium Tremens e quiser me passar, eu agradeço. Nem que seja em arquivo eletrônico.

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5 de agosto de 2009

Arapuka, Coverdelle Mesmo ou Cover do Cover?

Mandei algumas fotos para o departamento de ciências forênsicas do CSI: Feira de Sacana para que fosse feita uma análise ultra-violética com ênfase na próximidade topológica das imagens. Tudo para tentar descobrir qual é o verdadeiro Arapuka Clement.

Segue abaixo as fotos enviadas e o resultado da análise:

Resultado: INCONCLUSIVO

4 de agosto de 2009

Coveiros 2.0

Pra quem pensava que a Coveiros do Cover era só um projeto passageiro... Pra quem achava que iríamos enterrar a banda depois do primeiro show... Pra quem dizia que nossas Yokos não permitiriam mais ensaios... RECEBAM A GALINHA PULANDO!!!!!!

Os Coveiros do Cover já retomaram os ensaios com força total! Além de já estarmos renovando nosso set com mais músicas do The Who, The Clash e cia ltda., no ensaio de ontem contamos com a presença de um ilustre convidado: Eduardo Scott, ex-vocalista da Gonorréia! ÉÉÉÉ... Os Coveiros se preparam para enterrar todos os banguelos da cidade no próximo show. Portanto comam lixo todo dia e não deixem de comparecer ao 2º e já tradicional Tributo ao Rock Baiano dos Anos 80!!!

Seguem algumas fotos do ensaio de ontem.














Arapuka Coverdelle Mesmo... ou não

Os mais observadores devem ter visto uma figura na terceira foto do post acima que parece muito com Marcos Arapuka Clement. Se na foto já parece com ele imaginem ao vivo. No entanto, estamos seriamente desconfiados de que, na verdade, se tratava de um segundo cover de Arapuka. Ou seria o cover de Ara Coverdelle Mesmo? Enfim, o rapaz levou um instrumento para o ensaio que nos levou a crer que quem estava lá era Lairton e Seus Teclados. Coveiros e agregados... suas considerações.

3 de agosto de 2009

Quando fazer rock é um Dever de Classe


A banda Dever de Classe, que esteve na ativa no auge da cena punk de Salvador, entre 1984 e 1989, foi objeto de um ótimo texto de Patrick Brock, publicada no site Overmundo, em 2006 (leia o texto de Brock).

Patrick entrevistou o baixista Nêio Mustafá, na época em que a Dever voltou à ativa: “Graças a um projeto de Messias (Brincando de deus), para produzir bandas locais dos anos 80, a Dever de Classe ressurgiu com o primeiro CD, Desarmar o mundo para alimentar os pobres (2001, independente)”, escreve Brock. Em 2005 a banda lançou outro CD intependente: Urânio Enriquecido, povo subnutrido.


Após a pausa de duas décadas, a banda retornou com a seguinte formação: Lili Martins (vocais), Iure Aziz (guitarra e voz), Pedrinho Semanovschi (trompete), Tony Santo Amaro (bateria) e Nêio Mustafá (baixo). Somente Lili, que é também artista plástico e na época editava o fanzine ESPUNK, e o designer Nêio são da formação inicial da banda.


Patrick fez seu entrevistado lembrar como era a cena rocker soteropolitana nos anos 80:

“Era 1984 e o espaço alternativo dos proto-punks chamava-se PABX, na antiga cantina da Facom (Ufba). Deu Polícia Federal e a brincadeira acabou, mas depois germinou em áreas mais periféricas”, registra Brock.

Aqueles eram os últimos anos da ditadura militar e os federais não aprovavam nem um pouco a atitude rebelde da moçada do rock.

Na matéria de 2006, Patrick perguntou a Nêio sobre os motivos da dissolução da banda, no final dos anos 80. O baixista lamentou o excesso de violência durante os shows, o que de fato foi um dos entraves para o fortalecimento da cena punk na época.

“Em 1989, a banda parou por risco de vida – dos músicos e da platéia. ‘Cada show que a gente fazia era risco de vida, jogavam pedra, corrente, cuspiam na gente’ (diz Nêio). A violência e as novas vertentes musicais levaram a uma pausa na produção”, escreve Brock.

MAIS SOBRE O DEVER DE CLASSE

>> Desarmar o mundo para alimentar os pobres

>> Dever de Classe na Trama Virtual

>> Texto no site BahiaRock

2 de agosto de 2009

Ufa... Até que enfim estou de volta!!!

Caros Coveiros, defuntos e simpatizantes.

Comunico-lhes o meu retorno oficial ao “cemitério” depois de uma longa jornada de encrencas

Compartilho com vocês o resumo dos acontecimentos.

No dia 21 de junho, eu estava perambulando pelos becos de Nova Iorque, e, enquanto falava ao telefone e comia meu big mac com carne de urubu, o palhaço perto de mim (que era x-9) gravou uma conversa na qual eu revelava a minha identidade secreta, a identidade do meu cover e o meu esconderijo. Quando percebi a jogada, dei uma bicuda no palhaço e tentei correr... Mas já era tarde, o cerco já estava fechado e o circo armado.

Fui mandado direto para feira de sacana onde passei dois dias tentando convencer o xerife que eu era eu mesmo. Mesmo depois de muita conversa, ele continuava não acreditando em mim, e terminou me mandando para o condado de littleserra, falar com o chefe do governo. Lá então eu falei que era Rockeiro e tocava numa banda chamada Coveiros do Cover. Ele disse que era fã de uma banda chamada “PLOC COM MAÇÔ e perguntou se eu fazia cover do cantor “GEL MALTES”. E foi então que eu dei uma cusparada no chão da delegacia, fazendo cara de mau, e disse: “daquele cara eu só faço papel de coveiro!". Foi o suficiente para passar dez dias no xadrez. E agora que estou livre, poderei ensaiar já na segunda-feira.

Até Lá..... !!!!

Ps.: espero que meu cover tenha cumprido bem a missão.

Ps. 2.: mas não tão bem que vá me substituir.

Ps 3.: Agradeço também a meu advogado José EdMAU que acompanhou meu caso e limpou minha barra pagando uma fiança de R$1,99 !!!