A matéria revelava que, em Brasília, o governo ditatorial proibiu qualquer divulgação do nome da banda, em cartazes, rádios, emissoras de TV etc.

8205 GONORRÉIA: O RESGATE DA HISTÓRIA
Por Eduardo Bastos
Chocar a sociedade baiana careta era mesmo a meta de toda aquela turma punk. Em grande parte eles conseguiram, a começar pelos próprios nomes das bandas pichados em spray nos muros e paredes da cidade. A reação, em tempos de repressão militar e liberdade cerceada, é claro, não tardava. Sem saber, os caras um dia picharam Gonorréia no muro da casa de um juiz federal e os problemas aumentaram. Os grandes jornais de Salvador também temiam ou se recusavam a publicar os nomes das bandas na íntegra, num tempo em que a Aids e as DST ainda não os havia banalizado. Recorriam a versões resumidas e cheias de intimidade, como “o Camisa” e “o Gonó”.

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Scott chegou a cantar logo em seguida nas bandas Delirium Tremens e Papa Anjos. Seis meses depois, em junho de 1984, o Gonorréia voltou a se reunir para uma apresentação no circo Relâmpago, mas com outro nome, a fim de evitar problemas. Mesmo assim, mantiveram o espírito provocador, adotando a alcunha de Produtos da Censura. A química, porém, assim como o nome, não era mais a mesma.

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- Nessa parada que demos, o baterista ficou em casa aprendendo com Deep Purple e Led Zeppelin e se meteu a tocar como John Bonham, usando bumbo de heavy metal. Quando voltamos a tocar, a química e a magia da banda já haviam sido perdidas. Fizemos um show e decidimos não continuar – atesta Miguel.

+++ Os trechos acima são reproduções do livro 8205 GONORRÉIA: O RESGATE DA HISTÓRIA, de Eduardo Bastos, publicado em 2006.
>> Eduardo Scott dará uma canja no próximo show dos Coveiros do Cover. Aguardem!
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