24 de agosto de 2009

“Pichar muros era o meio de divulgação mais eficaz”

O Coveiro do Cover David Coverdelle Roth revela, no ping-pong abaixo, um pouco mais da história da banda punk Espírito de Porco.


+ A escolha do nome Espírito de Porco foi anterior à canção Cabeça Dinossauro dos Titãs? Por que vocês escolheram esse nome?

O Espírito de Porco foi formado em 1982 e o Cabeça Dinossauro é de 1986. Escolhemos esse nome porque era melhor que as outras duas opções que tínhamos: A Geléia e Febre de Zunhada de Gato.

+ Onde aconteciam os ensaios?

Ensaiávamos na Rua 8 de Dezembro, na casa de José e Estácio de Sá, respectivamente guitarrista e baterista da banda. Eles eram os mais abonados do grupo.

+ E em que locais vocês fizeram shows?

Nossa primeira apresentação foi no Circo Troca de Segredos que ficava em Ondina. Foi durante o Festival de Rock da Bandeirantes. Depois disso tocamos no MUISBA (Festival de Música do ISBA), no Circo Relâmpago na segunda fase do festival da Band, no Art Kasarão com a banda Velórium, abrimos para o Camisa de Vênus no Relâmpago e no Farol da Barra e tocamos no Festival de Arembepe. Acho que tocamos em outros lugares, mas não estou lembrando onde. Se tiver algum Ex-pírito de Porco acompanhando o blog, por favor me ajude.

+ Como era feita a divulgação da banda? Vocês pichavam os muros da cidade?

Pichar muros era o meio de divulgação mais eficaz na época. Todos os muros lisinhos que encontrávamos pela frente eram alvos. Fizemos duas pichações memoráveis. Uma foi no muro da igreja do ISBA que tinha acabado de ser construída. A outra foi no monumento a Clériston Andrade na Av. Garibaldi.

+ A banda e/ou o público teve problemas com a violência dos punks nos shows?

Nós achávamos a violência pouca.... Agora, a pouca que tinha era violenta pra caralho!!! Na nossa estréia no Troca de Segredos, um cara deu uma correntada no palco e a corrente se enroscou no pedestal do microfone de Papa (vocalista). Ele, na maior boa vontade, foi desenroscar a corrente e o cara, achando que ele ia ficar com ela, puxou de vez e lascou a mão de Papa. Apesar de ter sangrado bastante, vimos que não tinha sido nada demais. Papa mostrou a mão ensangüentada para o público, que adorou aquilo tudo. Acho que aquilo acabou colocando a gente e o público em sintonia e a estréia foi muito boa!

+ Por que a banda acabou?

A banda foi se dissolvendo aos poucos. Primeiro saiu Clodoaldo, depois eu saí porque ficou esquisito com um só backing vocal. Um dos guitarristas também saiu, não lembro se foi Zé de Sá ou Xixarro, acho que foi Zé de Sá. No lugar dele entrou Butano, mas não deu certo. Então foi recrutado Paulinho que tinha sido guitarrista do Gonorréia, que havia acabado. Depois do show no Festival de Arembepe, Papa também resolveu cair fora. Os outros integrantes ainda tentaram continuar tocando, mas acho que não funcionou direito e a banda acabou de vez logo em seguida.

+++ A foto de David Roth (acima) foi feita por Cláudio Guedes, no início dos anos 90.

11 comentários:

  1. Na verdade essa foto foi do início de 1990.

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  2. Tato tocava batera bem pra kcte,o moleque tinha o dom,nao sei se ele continuou,eu me amarrava em ver ele tocando,tinha uma pegada bem rock n'roll,foi a primeira vez q vi alguem tocando a batera de "Sunday Bloody Sunday" ao vivo,la pelos idos de 85.E lembro tambem q Ze de Sa me deu os discos de vinil do Burn(Deep Purple) e mais dois do Rainbow.Ae David,com todo respeito,tu ta parecido o Che Guevara na foto,hehehe.

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  3. Também não sei de Tatinho ainda toca. Duvido muito. Não tenho contato com ele, mas a última coisa que eu soube é que ele estava trabalhando na Coca-Cola. Certamente algum cargo de diretoria.

    Quanto à foto, suponho que não seja tão ruím assim ser parecido com Tchê, Que Vara!!!

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  4. Alias convenhamos q o Che Q Vara e o tal do Picasso foram os nomes de celebridades q mais exerceram um,digamos,fascinio e curiosidade na mulherada de um modo geral.E como dizia o Che:"Hay q endurescer-se,pero sin perder la erecion jamais"

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  5. Só um pequeno parêntese nesse tópico: Coverdelle tá prá lá de Burt Lancaster nessa foto. Puta que pariusss...O cara tá bem na fita pra caralho!!!!!

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  6. Só um parêntese dentro (sic) dos seus parênteses, caro Marlon: o cara tá uma mistura de Burt Lancaster com Hugo De Leon, aquele zagueiro uruguaio que jogou no Grêmio, kkkkkkk.

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  7. Só um parêntese dentro dos seus parênteses do parêntese...Essa de Hugo De Leon realmente foi a campeã. Retiro Burt Lancaster dessa jogada desleal. Fala, Aspiropapper!!!!

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  8. hahahahaha

    de parêntese em parêntese vira colchete

    e a chave da semelhança é a mente

    cara, as bandas acabaram porque ninguém de "sã" consciência, para não dizer sano o suficiente, sentia realmente o "rockenrolporra" como uma viabilidade a longo prazo, como uma carreira, o que é de uma miopia braba. E os esquizos estavam mais pela celebridade e esqueciam da musa principal, a música. Só mesmo a experiência para colocar as coisas em foco.
    ' ' '
    Aê Marcão, saiu do sofá e tá alisando o baixo, manda vê, véi. Bota pra .... /\../\

    guedes ' ' '

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  9. Estácio Sá14/1/10 09:08

    Grande David:

    O José imprimiu o seu post no blog sobre o Espírito de Porco e me deu no dia do meu aniversário. Achei sensacional! É muito fidedigno e a narrativa está muito bem construida. Eu inclusive não conhecia aqueles detalhes do começo da banda entre vocês, pois eu devo ter sido avisado um dia antes do primeiro ensaio. Guardei o impresso do blog para a posteridade. Infelizmente fiqui com quase nada de lembrança do Espírito de Porco, basicamente uma cópia xerox de uma foto. Eu cheguei a ter uma fita gravada por João America em um dos nossos shows, mas acabou se perdendo nas diversas mudanças que fiz durante a vida. Eu continuo a tocar bateria, tem épocas que toco com mais frequência, mas agora tenho tocado pouco. Obviamente, perdi um pouco a minha pegada punk, mas nesses anos evolui bastante como baterista. Hoje basicamente toco em casa, ou de vez em quando com o próprio José e outros amigos. Tocamos basicamente música da nossa epoca (Stones, Clapton, Pink Floyd, etc). Antes de sair de Salvador trabalhei na Coca-Cola realmente, mas fui aos Estados Unidos estudar, e agora estou em Sampa, e sempre trabalhando com administração financeira. Grande abraço, e obrigado por manter viva a estória da banda.

    Estácio

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  10. Estácio, quando você estiver por estas bandas, não deixe de avisar pra ver se a gente consegue tocar. Já pensou se for na época de um show e você e José estiverem por aqui pra dar uma canja!!!

    Super abraço!!

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